Um homem morreu baleado perto de um dos acessos à Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, na manhã de ontem (4). A família culpa policiais pela morte. Em protesto, moradores fecharam a Linha Amarela, a poucos metros do local do incidente, por cerca de meia hora, no início da tarde.
A PM sustenta que militares foram atacados por traficantes e revidaram.
Marcelo Guimarães, 38 anos, era casado havia 21 anos e deixa dois filhos, uma de 19 anos de idade e um de 5.
Segundo a página CDD Acontece, Marcelo tinha acabado de deixar o caçula na creche e iria para o trabalho. Como esqueceu o celular em casa, voltou para buscar o aparelho, mas, no caminho, por volta das 8h30, foi atingido.
Uma testemunha registrou a chegada da polícia ao local do incidente logo depois.
Marcelo, que estava numa moto, foi identificado como mototaxista. A irmã dele, Carine Guimarães, ressaltou que ele trabalhava numa marmoraria.
“Meu irmão estava indo trabalhar, está até com a bota do trabalho. Tá jogado igual a um marginal, um pai de dois filhos”, disse a irmã.
Viúva nega tiroteio
Viúva de Marcelo, Carla Roberta da Silva Cruzcontou que viu o marido de bruços no chão na Linha Amarela. Em frente à Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso, ela reforçou que não havia confronto no momento em que Marcelo foi atingido.
“Foram os policiais que tiraram a vida do meu marido. Isso eu sei porque não teve confronto na Cidade de Deus. Infelizmente eu cheguei lá e meu marido estava no chão”, contou Carla, emocionada.
“Ele não era bandido, não gostava nem de cigarro, de beber. Trabalha há mais de 20 anos com mármore. Tiro no peito, meu Deus do céu, tiro no peito”, repetia ela.
“Só quero justiça, só isso que eu quero. Eu não sei o que eu vou falar pro meu filhinho de cinco, falar que o pai dele foi viajar pra muito longe, nunca mais vai voltar”, disse Carla.
O que diz a PM
Segundo a assessoria da corporação, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) realizavam patrulhamento na região quando criminosos atiraram contra os policiais.