Conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) são suspeitos de receber cerca de R$ 200 mil de propina por uma obra superfaturada realizada pela Prefeitura de Niterói, segundo o Ministério Público Federal.
De acordo com as investigações, que acarretaram em mandados de busca e apreensão na contra o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, na manhã de ontem (16), conselheiros do Tribunal de Contas do Estado teriam recebido os repasses ilegais em 2014, em duas parcelas. A reunião, segundo o MPF, aconteceu na sala da presidência do TCE, no Centro do Rio.
Ainda segundo as investigações, Neves teria acertado os repasses com o conselheiro Aloysio Neves em uma reunião da qual também participou o empresário Ricardo Pessoa.
De acordo com a apuração, nesse encontro ficou acertado que 1% do valor da obra para a construção do BRT Transoceânica seria repassado aos conselheiros.
Os detalhes da transação constam de depoimentos do publicitário Renato Pereira e do ex-presidente do tribunal Jonas Lopes de Carvalho.
Os investigadores mostram ainda que nem as irregularidades descobertas e apontadas em relatórios pelo corpo técnico do TCE evitou que os conselheiros aprovassem a obra.
Jonas Lopes conta em sua delação, homologada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que após o encontro, o então conselheiro Aloysio Neves confirmou que o empresário ganharia a licitação e seriam feitos repasses irregulares aos conselheiros.
Em seu depoimento, o publicitário Renato Pereira diz que houve direcionamento da licitação.