Projeto em Maricá chama atenção como modelo de testagem de Covid-19 – Povo na Rua
         

Projeto em Maricá chama atenção como modelo de testagem de Covid-19

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Na primeira semana de dezembro em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, alguns moradores puderam ser testados para Covid-19.

“Trata-se da busca ativa de infectados pelo coronavírus, com teste de RT-PCR, o chamado “padrão-ouro” dos exames para Sars-CoV-2. Recomendada pela OMS, ela permite identificar os portadores assintomáticos e conter surtos antes que eles se amplifiquem e perpetuem a pandemia de Covid-19”, explica o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amílcar Tanuri.

Tanuri idealizou o projeto Sentinela de Maricá Covid-19 em parceria com o Instituto de Ciência e Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e a Secretaria municipal de Saúde da cidade.

O Sentinela está em sintonia com o trabalho do Centro de Triagem e Diagnóstico para a Covid-19 da UFRJ, que também testa com PCR os contactantes de pessoas positivas. Busca-se o retrato mais preciso possível do perfil epidemiológico da cidade e identificar áreas de risco de surto antes que estejam estabelecidas, diz Celso Pansera, presidente do ICTIM.

O trabalho atende à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). De tão conhecida pelos cientistas, se tornou mantra da pandemia: teste, teste, teste. Identificar os infectados, rastrear seus contatos, isolá-los e a todos os contaminados por eles.

O resultado do primeiro ciclo do trabalho em Maricá, concluído em outubro, mostrou que 0,6% da população estava positiva (via teste de PCR) e outros 8,2% haviam sido expostos ao vírus (resultado da sorologia). Ou seja, mais de 90% da população estava suscetível ao coronavírus. Os casos estavam concentrados em Inoã, distrito vizinho a São Gonçalo, um dos municípios fluminenses mais atingidos pela nova onda da Covid-19.

Um novo ciclo do trabalho foi iniciado em neste mês, num momento em que a Covid-19 se espalhou ainda mais.

Tanuri frisa que a meta do Sentinela é acompanhar os pacientes positivos, para avaliar o desfecho dos casos, com análise do tempo de desaparecimento de sintomas.

“A experiência de Maricá é um bom exemplo. Mas é um caso até agora isolado”, salienta Tanuri.