População sofre nas mãos do Detran-RJ

O ano é 2020. Cada dia surge uma tecnologia nova disposta a tornar o dia a dia do cidadão mais fácil. É pix para cá, é aplicativo de comida e transporte para lá. No Detran-RJ, você até consegue baixar a sua CNH Digital. Mas se depender do atendimento presencial nos postos de atendimento. Aí não tem tecnologia e paciência que aguente. O péssimo atendimento do Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro já é histórico e tradicional, mas continua a surpreender pela falta de respeito ao contribuinte.

Na unidade da Presidente Vargas, que é onde fica a sede do Detran-RJ, onde o presidente bate ponto, o contribuinte perde tempo esperando ser atendido, além de ser jogado de um guichê para outro, tendo que contar com a boa vontade de funcionários que parecem não querer que o problema seja solucionado.

Imagina um idoso de 70 anos ter que ficar uma hora transitando entre guichês, sendo sempre mal atendido, para no final das contas ser informado que a carteira de habilitação está cassada. Pois, é! Isso acontece no principal posto de atendimento do Detran-RJ. Podemos imaginar os absurdos que ocorrem em outras unidades espalhadas pelo estado.

No Reclame Aqui, principal plataforma de reclamações de serviços, empresas e produtos do Brasil, o Detran-RJ está avaliado com nota de 3.9 em um total de 10 pontos. A Nota do Consumidor é 2.74 e o índice de solução é 40,7%. Somente 55,3% das reclamações são respondidas pelo órgão.

Atrasos de repasses

Como se não bastasse o péssimo atendimento, funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços ao Detran-RJ pararam de trabalhar por estarem sem salários há dois meses. Um dos postos fechados que estavam fechados ontem é o de Tubiacanga, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.

Os motoristas que estiveram no local afirmam que, logo na entrada, encontram um aviso dizendo que a unidade e algumas outras estão com atendimento suspenso. O Detran-RJ explica que a interrupção seria por conta da troca de empresa que presta os serviços. O mesmo problema se repete em Niterói e em Vila Isabel.

Os usuários reclamam que não conseguem atendimento e que encontram dificuldades para agendar serviços como emissão de carteira de identidade e emplacamento de veículos. As empresas terceirizadas afirmam que estão com os salários dos funcionários atrasados por conta da falta de repasses e, por isso, pararam de trabalhar.

A empresa Angels, que faz o serviço de identificação civil, chegou a enviar uma nota para o presidente do Detran-RJ informando que, se o pagamento não fosse efetuado, as atividades teriam que ser suspensas. Os profissionais reclamaram da dificuldade que é continuar trabalhando sem receber. Os usuários dos serviços também reclamam da falta de atendimento.