O ex-deputado federal e ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro Júlio Lopes (PP) teria recebido propinas de mais de R$ 14 milhões entre 2010 e 2015, segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF). A conta foi apresentada ontem, dia em que o MPF deflagrou a Operação Fim do Túnel, em parceria com a Polícia Federal (PF) e Receita Federal.
A ação visa apurar suposto esquema de pagamento de propinas envolvendo a realização de obras e a prestação de serviços do governo do Rio de Janeiro. Nesta segunda, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços de Lopes e de seu operador financeiro no Estado.
A defesa de Lopes afirmou em nota que viu com “perplexidade” a operação de busca e apreensão contra o seu cliente. Segundo os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, a operação foi “desnecessária e abusiva”. A nota da defesa diz que “ao longo de quatro anos de investigações, Júlio Lopes sempre se colocou à disposição das autoridades para explicar qualquer fato. Júlio Lopes não praticou nenhum crime ao longo de sua gestão na Secretaria de Transportes e, não por outra razão, as afirmações caluniosas de delatores nunca foram levadas a sério. A esdrúxula medida, que versa sobre fatos requentados, sequer poderia ter sido decretada pelo juízo da Sétima Vara Federal do Rio de Janeiro, por ofender a competência da Justiça Eleitoral, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal”.