Flu perde Odair para time árabe e vai com Marcão até o fim da temporada

A passagem atual de Odair Hellmann pelo Flu acabou. E é uma daquelas histórias de um relacionamento que foi esquentando com o passar do tempo. O início do treinador no Fluminense foi um pouco conturbado e as críticas aumentaram após as eliminações questionáveis como a da Sul-Americana para o Union La Calera, do Chile, e na Copa do Brasil para o Atlético Goianiense. Mas o fato é que a diretoria bancou o técnico viu de perto o time pegar o elevador no Campeonato Brasileiro e passar a brigar na parte de cima da tabela. Entre os torcedores, o ânimo surgiu novamente e rolou até uma expectativa de sonhar com o título brasileiro, apesar do time não fazer parte dos favoritos.

Ontem Odair Hellmann comunicou a diretoria tricolor que aceitará uma proposta que recebeu do Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, e deixará as Laranjeiras junto com o auxiliar técnico Maurício Dulac. De acordo com informações divulgadas pelo site GloboEsporte.com, a proposta feita pelo time árabe gira em torno de US$ 2,1 milhões por 18 meses (R$ 10,7 milhões) com a possibilidade de premiações. O valor equivale a R$ 600 mil mensais só de salários. Ainda de acordo com o site, Odair Hellmann ganha hoje no Fluminense cerca de R$ 250 mil. O Tricolor informou que Marcou, técnico do time Sub-23, assumirá a equipe profissional até o fim da temporada, que se encerra em fevereiro de 2021.

A investida pesada não é a primeira que vem do mundo árabe, que já tentou tirar Odair Hellmann do Flu outras vezes. O tricolor, que chegou a iniciar conversas de renovação do vínculo que iria até esse mês com o objetivo de prorrogar o contrato até o fim do próximo ano, tentou convencer Odair Hellmann a ficar no Rio, mas sabia que a tarefa não seria fácil.

Críticas

No sábado, após a vitória contra o Athletico (PR) no Maracanã por 3 a 1 pelo Campeonato Brasileiro, Odair Hellmann fez um balanço sobre a campanha do time e sua trajetória como comandante do time até aquela partida, que era a 50ª. Foram 24 vitórias, 12 empates, 14 derrotas e 56% de aproveitamento. Foram 75 gols feitos e 47 gols sofridos.

Durante a entrevista coletiva, Hellmann destacou a confiança no trabalho e em sua equipe, mas não deixou de cutucar uma ala da torcida que parecia não estar satisfeita com o desempenho do time.

“Até três dias atrás, tinha até faixa para… O que é o futebol brasileiro, né?! Infelizmente a gente sofre esse tipo de situação, mas faz parte e eu, como profissional, tenho que estar preparado para isso, seguir em frente e a cada três dias dar uma resposta. Nós aqui dentro temos que ter uma avaliação tranquila na vitória e na derrota para não perder o equilíbrio. Eu sempre soube quais são meus processos, qual é o meu trabalho, e vou seguir em frente. Continuar com as minhas convicções a respeito de futebol, de metodologia, variações táticas, para seguir em frente nesse mercado tão difícil que é o mercado de treinador. Contentar a todos a gente não vai, faz parte o processo de críticas e dúvidas. Seguir em frente firme e forte”.