O governador em exercício do RJ, Cláudio Castro, e o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anunciaram na tarde da última sexta-feira (4) novas medidas de enfrentamento à Covid-19. Eles afirmaram que mais leitos — de enfermaria e de UTI — serão abertos e que escolas municipais serão fechadas.
Entretanto, segundo o anúncio, shoppings poderão funcionar 24h para compras de Natal — o objetivo, dizem, é evitar aglomerações durante as compras de fim de ano.
Na última quinta-feira (3), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou 3,7 mil novos casos da Covid-19 e um aumento na média móvel.
O Rio de Janeiro também contabilizou 127 mortes provocadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. No total, são 365.185 casos e 22.891 óbitos no RJ.
Mais leitos
Castro disse que, pelo estado, serão abertos quase 400 leitos para tratar doentes de Covid. Já Crivella falou que o município disponibilizará 170 leitos de enfermaria e 50 leitos de UTI nos próximos dias.
O prefeito falou também que, por conta do aumento de casos, as escolas municipais serão fechadas. A decisão, segundo ele, atende a um pedido do Ministério Público e do Comitê Científico, que já havia feito a sugestão na quarta-feira (2).
“As escolas municipais nós estamos interrompendo, esperando que a gente consiga controlar essa curva e ela volte a uma estabilidade”.
Já shoppings e centros comerciais poderão funcionar 24 horas por dia no fim do ano, evitando assim, segundo Crivella, aglomerações para as compras de Natal.
“Para evitar aglomerações nos meios de transportes, os shoppings centers e centros comerciais serão autorizados a funcionar 24 horas por dia durante o período de Natal”.
Além disso, o prefeito falou que, a partir da semana que vem, os tomógrafos do município — aparelhos usados para realizar exames de imagem — vão funcionar 24 horas por dia para atender pacientes infectados pelo coronavírus.
Antes do anúncio, Castro ressaltou que vem trabalhando, em parceria com o município, com foco em 4 pilares:
Transparência;
Reabertura de leitos;
Fiscalização;
Conscientização da população.
E destacou que, para não haver retrocesso, a população precisa assumir responsabilidades, como manter o distanciamento, evitar aglomeração e usar de álcool em gel e máscara.
Os dois governantes disseram ainda que vão aumentar a fiscalização no RJ.
Na quinta-feira (3), os dois se reuniram no Palácio Guanabara, sede do poder estadual, por mais de duas horas para discutir o retorno de medidas de isolamento social na cidade para conter o crescimento do número de casos de Covid-19. Eles não falaram com a imprensa.
A reunião aconteceu após o Comitê Científico da Prefeitura do Rio, formado para analisar a situação da pandemia de Covid-19, sugerir a adoção de algumas medidas.
Entre as medidas sugeridas, estão:
Fechamento de escolas;
Proibição de banhistas em praias;
Proibição de aglomerações;
Fechamento mais cedo de bares e restaurantes;
Fiscalização em estações do BRT e metrô para que efetivamente o uso de máscaras se torne obrigatório.
Fiocruz
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também alertou, por meio de uma nota técnica, que a cidade do Rio de Janeiro está perto de um colapso no sistema de saúde, com a possibilidade de enfrentar um quadro sério de desassistência geral, por causa da Covid-19.
De acordo com o estudo, uma das preocupações é o aumento no número de casos perto das festas de fim de ano. Especialistas apontaram que o motivo do alerta é o “excesso de mortalidade” no município.