Diana Pires
Um pastor foi preso na manhã da última segunda-feira apontado como o chefe do tráfico de drogas do Complexo do Roseiral, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Elisamar Miranda concorria ao cargo de vereador nas eleições deste ano pelo PDT.
O homem foi preso na Operação Itália realizada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), juntamente com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ). A ação tem como objetivo cumprir mandados de prisão preventiva contra sete dos 22 denunciados de integrarem associação criminosa, voltada para a prática do tráfico de voltada para a prática do tráfico de entorpecentes no Complexo do Roseiral e pertencente a maior facção criminosa do Estado. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a 24 alvos. Até o momento, três pessoas foram presas.
De acordo com as investigações, denúncias indicam que Elisamar usava a estrutura da associação criminosa para angariar votos, além de ameaçar e oprimir outros candidatos de fazerem campanha na região. Por meio de interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, foi possível identificar o modo de atuação do grupo, que incluía a prática de extorsões e ameaças, além de desvendar a hierarquia de funcionamento da organização, com a identificação das funções exercidas por cada um dos participantes.
Segundo as investigações, o grupo além de controlar o tráfico de drogas também passou a desempenhar atividades típicas de milícia, como extorsão de comerciantes, monopolização da venda de cestas básicas, água e gás, cobrança de “taxa” de motoristas de vans, para que estes pudessem circular livremente pela localidade, e principalmente exploração dos moradores dos conjuntos habitacionais. Caso eles não pagassem primeiro tinham seus fornecimentos de água cortados e em último caso eram expulsos de suas propriedades.
Um dos denunciados é Cremilson Almeida de Souza, conhecido como ‘Coroa’, apontado como chefe do tráfico no Roseiral e também na comunidade Lote XV, que foi preso pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense em 12 de março deste ano. De acordo com as investigações, deste modo, o controle do tráfico naquela comunidade e adjacências passou a ser exercido por Eliezer Miranda Joaquim, o ‘Criam’ que, também preso, elegeu como homem de confiança seu irmão Elisamar Miranda Joaquim, o ‘Pastor Elisamar’.
O pastor, candidato a vereador em Belford Roxo nas eleições deste ano, passou então a exercer o controle do tráfico no local, sob os desígnios do irmão, segundo a polícia. Ele e os outros suspeitos presos, junto a Ronaldo Lisboa Azevedo, o ‘Gordinho’, Jonata Gomes da Silva, o ‘Tobinha’ ou ‘Paraíba’, e Leone da Silva Souza, compõem o grupo principal de denunciados, pelas funções de relevância que exerciam.
Completam a lista de denunciados Marcus Vinicius Maia de Melo (‘Vinicius’), Guilherme Caíque Santos Silva (‘Babuíno’ ou ‘2b’), Igor Assunção Ramos (‘Ch’ ou ‘Cachorrão’), Diego da Silva Freire (‘DG’), Esmael Flavio Vieira da Silva, Gabriel Timóteo de Andrade (‘GB’), Wirlley dos Santos (‘Jamaica’), Rodrigo da Silva Ferreira (‘Neguinho’), Bruno de Souza, Alexandre Lopes De Oliveira (‘Baiano’), Darley Soares de Souza (‘Tatá’), Thais Martins Leite da Silva, Ingrid da Costa dos Santos, Lidia Guimaraes Lima Alves, Jurandir do Nascimento da Silva e Alexandre Aleixo dos Reis (‘Xandão’).