A Prefeitura do Rio vai liberar, a partir do dia 1º de novembro, eventos em quadras de escolas de samba — mas sem aglomeração e seguindo protocolos de prevenção. Um decreto do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) publicado no Diário Oficial de ontem traz uma revisão da Fase 6B de flexibilização da cidade, em vigor desde 1º de outubro.
Na prática, estarão permitidos, no mês que vem, disputas de sambas, ensaios, feijoadas e shows dentro do Município do Rio.
A Fase 6B já havia liberado eventos em espaços abertos, shows — incluindo rodas de samba — e festas com restrição de lotação.
Quadras de fora da cidade precisam da autorização da respectiva prefeitura — caso da Beija-Flor de Nilópolis, da Grande Rio, de Caxias, e da Viradouro, de Niterói. O carnaval 2021, porém, não tem data para acontecer. Em plenária há um mês, as escolas determinaram que não vai haver desfile em fevereiro — ainda não há decisão sobre adiar ou cancelar a apresentação.
As quadras deverão ter cadeiras e mesas numeradas— a exemplo de teatros, cinemas e casas de show;
As escolas de samba terão de submeter as equipes a cursos de capacitação da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses;Cada evento precisará ainda cumprir as regras gerais sanitárias.
Outra novidade é o fim da restrição de horário de bares e restaurantes. Esses estabelecimentos só podiam funcionar até a 1h.
O decreto de Crivella reproduz trechos de uma análise do comitê científico da prefeitura. Segundo os especialistas, há evidências de que o horário restrito “tem favorecido a ocorrência do comércio ilegal”, com “desordem urbana e o grande acúmulo de lixo”.
Ambulantes foram alvo de fiscalização no último fim de semana na Zona Sul, quando agentes multaram ainda 11 bares no Leblon por aglomeração. O polo da Rua Dias Ferreira é um dos que têm atraído grandes grupos mesmo após a 1h.
O colegiado, “por unanimidade, reconheceu que a Fase 6B não provocou impacto nos indicadores”. “As atividades retomadas nesta fase não foram, até o momento, responsáveis por impactos sobre o sistema de saúde da rede”, afirmam os pesquisadores. O grupo, no entanto, destacou um “aumento significativo do fluxo de pessoas nas praias, descum
ndo a vedação da permanência e a obrigatoriedade de utilização de máscaras”. O comitê sustentou que “as poucas opções de lazer acabam direcionando um grande número de pessoas para as atividades permitidas, o que põe em risco o cumprimento dos protocolos”.
Os especialistas, em consenso, propuseram criar “mais opções em espaços que possam ser controlados”, para desviar “o fluxo dos lugares de difícil controle”. O colegiado também “enfatizou a necessidade de dar equidade às atividades em comunidades” — como os eventos nas quadras.