Lançado há um ano durante o Festival do Rio, “Egili, rainha retinta no carnaval” será uma das películas apresentadas na quarta edição do Festival anual de cinema Independente Negro de Vancouver, no Canadá. O documentário da cineasta alemã Caroline Reucker, narra parte da trajetória de Egili Oliveira, ex-rainha de bateria dos Acadêmicos de Vigário Geral, em sua preparação para o carnaval. Preta retinta, a empreendedora cultural, nascida na Bahia, criada em São Paulo e revelada na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, tem mais da metade de sua vida dedicada ao carnaval, atuando como passista de escolas renomadas como o Salgueiro, além de passagens como musa e rainha em escolas como Renascer de Jacarepaguá e União do Parque Curicica. Desde o último carnaval, ela é um dos destaques performáticos da Unidos do Viradouro, atual campeã do Grupo Especial.
“ Ter parte da minha história contada nas telas de cinema é, sem dúvida, algo que jamais pensei na minha vida e isso me emociona bastante porque a minha trajetória é muito semelhante a de tantas outras meninas que já enfrentaram racismo e outras barreiras que fizeram com que elas desistissem. O filme não fala só de uma mulher preta no carnaval, ele aborda questões muito sensíveis para mim, como o colorismo, porque eu, com muito orgulho, sou retinta e reverencio a minha ancestralidade, no entanto, eu sempre fui a última da fila. As oportunidades que tive, foram criadas por mim e não pelas pessoas”, revela a atriz que há uma década criou o método Samba do Coração, para ensinar estrangeiras a arte do samba.
Convidada pela organização do Festival, Egili está no Canadá, onde será uma das estrelas do evento. O filme tem sido exibido em outros festivais, inclusive com premiações na África, onde ganhou dois prêmios na Nigéria, e uma menção honrosa durante durante o Festival de Benin.
No Brasil, o documentário já está disponível pela Vivo TV e Claro Tv. Em breve, a película também será exibida pelo Canal Brasil , conforme explica Caroline Reucker.
“Com ‘Egili’, quisemos não só mostrar o brilho de uma mulher preta no carnaval, mas também destacar as lutas invisíveis presentes na sua trajetória e de tantas outras mulheres.”