Plano Verão de Adaptação: jovens exigem ações para proteger periferias do Rio – Povo na Rua
         

Plano Verão de Adaptação: jovens exigem ações para proteger periferias do Rio

Com o mote “‘Não há justiça climática sem uma política de adaptação’.” A Arena Dicró, na Penha Circular, recebeu no dia 26 de outubro o evento “O Clima é de Mudança 2.0”. Com programação gratuita das 10h às 20h, o encontro reuniu jovens lideranças, ativistas e organizações periféricas para discutir a crise climática e lançar uma carta de propostas para Plano Verão de Adaptação do estado, uma proposta inovadora para o Rio de Janeiro.

O documento “O que queremos para o Plano Verão de Adaptação antes do próximo verão”, criado por lideranças jovens e ativistas em resposta aos desafios climáticos e ao racismo ambiental nas periferias cariocas, apresenta uma série de reivindicações ao Governo do Estado para mitigar os impactos das mudanças climáticas, especialmente diante das chuvas do próximo verão. Desenvolvido em um ciclo formativo com análises de risco, mapeamento de áreas vulneráveis e debates participativos, o plano propõe ações prioritárias que atendem às necessidades e direitos das comunidades mais afetadas. O evento de lançamento do plano também marcou a formatura de cerca de 70 jovens que participaram do ciclo formativo, demonstrando o empenho e a dedicação desses jovens na construção de um futuro mais sustentável.

Durante o lançamento, Lennon Medeiros, cofundador do Clima de Mudança, reforçou a importância da conscientização e preparação das comunidades para enfrentar os desafios ambientais futuros. “Agora, é nosso dever, coletivamente, ampliar esse plano. A gente precisa se preparar para deixar nossos territórios em segurança”, afirmou, em uma fala que ressoou com a necessidade de ações práticas, coletivas e contínuas. “Tem orçamento? Tem cronograma? Se não tem, não vai acontecer. Sem previsão, nada se realiza”, questionou Medeiros, apontando a urgência de planejamento para que as propostas sejam aprovadas com eficácia.

Futuro em jogo: jovens tomam a frente na luta por justiça climática

Entre as principais recomendações estão:

  • Conselhos Comunitários para Justiça Climática;

  • Programas de Formação e Capacitação Climática;

  • Orçamento Climático Participativo;

  • Legislação e Políticas Públicas para Justiça Climática e Ambiental;

  • Legislação de Responsabilidade Ambiental e Reparação;

  • Fundos para Adaptação Climática;

  • Monitoramento de Impactos e Desigualdade;

Plano disponível nas redes sociais @oclimaedemudanca/

Desenvolvido por meio de um ciclo formativo, com mapeamentos, análises de riscos e debates participativos, o plano apresenta demandas ao Governo do Estado para a criação de protocolos de emergência e investimentos em adaptação urbana, em especial para as chuvas de verão de 2025.

Além do lançamento do plano, o evento contou com apresentação de performances dos grupos Leopoldina Hip Hop, Palco LH2 e Passinho Carioca, encerrando com um show do artista Ramozin, em um dia marcado por trocas culturais e artísticas. O evento destacou a juventude como protagonista na luta climática e agente de transformação social: “O Clima é de Mudança 2.0 traz a força das juventudes e periferias para enfrentar a crise climática e avançar na adaptação com ações que colocam a justiça climática no centro das soluções para os nossos territórios e fortalecem a construção de uma cultura de risco”, explica Marcele Oliveira, cofundadora da Coalizão O Clima é de Mudança.

Presenças e Apoio

Marcaram presença no evento o  Presidente da Frente Parlamentar por Justiça Climática da ALERJ, deputado Flavio Serafini (PSOL), Fabiana Silva, ouvidora-geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, e Luize Sampaio, Coordenadora de Informação da Casa Fluminense.

Sobre a Coalizão O Clima é de Mudança

Criada há três anos, a Coalizão O Clima é de Mudança une diversas organizações periféricas na luta contra o racismo ambiental e pela justiça climática. A primeira edição do evento, realizada no Circo Voador, reuniu cerca de 300 jovens de diferentes territórios do Rio de Janeiro para discutir os desafios e soluções para a crise climática e culminou na presença da organização na COP27, em Sharm-El-Sheikh, no Egito, e na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Nos próximos dois anos, os integrantes da Coalizão terão uma incidência no Objetivo Global de Adaptação, que será organizado na COP29 em Baku na Capital do Azerbaijão e finalizado na COP30, que acontecerá em Belém do Pará em 2025.

Para concretizar essa agenda, a delegação busca financiamento para garantir a participação da coalizão na COP 29, em Baku. A construção da agenda brasileira para a COP30, que será sediada no Brasil em 2025, começa a partir desta conferência, e a atuação dos jovens será fundamental.

Além da entrega de um Communiqué com as recomendações levantadas durante o ciclo formativo sobre adaptação climática que será entregue para autoridades climáticas brasileiras no Azerbaijão, a delegação propõe três eventos paralelos no Pavilhão do Brasil. Esses eventos têm como objetivo fortalecer o diálogo entre governo e sociedade civil e propor soluções para uma justiça climática que inclua as perspectivas de gênero e raça, além de uma transição energética justa.

Se você tem interesse em apoiar a participação dos jovens na COP29 entre em contato pelo e-mail: oclimaedemudanca@gmail.com

“A Coalizão O Clima é de Mudança une organizações periféricas para enfrentar o racismo ambiental e liderar ações de adaptação climática diretamente nos territórios, em rede com organizações de todo o estado e parceria com organizações do Brasil, focando na incidência do local ao global”, Explica Marcele Oliveira, Cofundadora do Movimento. .

A Coalizão segue ampliando sua atuação e hoje soma uma rede com mais de 300 atores. Juntos, buscam valorizar a produção de tecnologias verdes nas periferias do Rio, do Brasil e da América Latina, levando essas iniciativas para os grandes debates globais sobre o clima e fortalecendo o território no combate às consequências da crise climática.

A Coalizão segue ampliando sua atuação e hoje reúne organizações como Plataforma Cipó, Meu Rio, Visão Coop, Labjaca, data_labe e Agenda Realengo 2030. Juntas, buscam valorizar a produção de tecnologias verdes nas periferias do Rio, do Brasil e da América Latina, levando essas iniciativas para os grandes debates globais sobre o clima.

Para saber mais: