Comissão da Covid-19 da Alerj quer que OS deixem Saúde do RJ até 2022 – Povo na Rua
         

Comissão da Covid-19 da Alerj quer que OS deixem Saúde do RJ até 2022

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Diana Pires

A Comissão da Covid-19 da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) quer que as Organizações Sociais que administram unidades estaduais de Saúde tenham todos os seus contratos encerrados até, no máximo, 2022. Essa é uma das conclusões presentes no relatório final da comissão, constituída para fiscalizar os gastos do Estado do Rio durante a pandemia do novo coronavírus.

“As OSs têm uma relação nociva, marcada por corrupção. Por isso, esse modelo de gestão precisa ser revisto. As OSs têm que ser impedidas de continuar prestando serviço público na Saúde e nossa recomendação é que isso ocorra até 2022”, afirmou o relator da comissão, Renan Ferreirinha (PSB).

A sugestão feita pela comissão antecipa em dois anos o prazo original para colocar um fim na presença das Organizações Sociais na saúde fluminense – no último mês de agosto, a lei 8.986/2020 determinou que as OSs deveriam ser extintas do serviço público estadual até 2024.

As OSs receberam do Governo do Estado R$ 6.967.248.402,47 entre os anos de 2016 e 2020. Os números são da própria Secretaria Estadual de Saúde. A cifra de quase R$ 7 bilhões para OSs em quatro anos é considerada elevada por especialistas em gestão pública e da área de saúde. Eles ressaltam ainda que esse modelo, adotado pelo estado em 2012, não promoveu melhorias.

“Na prática, se olharmos ao longo dos anos, as OSs drenaram uma quantidade crescente de recursos públicos, sem oferecer serviços melhores em contrapartida. Pelo contrário: ficaram cada vez piores”, pontuou o professor e especialista em gestão pública, Daniel Sousa.

Estudiosos dos sistemas públicos de saúde também são críticos às OSs. “O pagamento às organizações é garantido e, como não existe fiscalização, também não haverá necessidade de prestação do serviço. Essa cifra de quase R$ 7 bilhões e a má qualidade dos serviços é um exemplo prático dessa realidade”, avaliou o representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), José Sestelo.