Diana Pires
Uma operação realizada ontem no RJ mirou uma quadrilha que, segundo as investigações, causou prejuízo de R$ 6 milhões aos cofres públicos com uma fraude contra a Supervia — a concessionária que opera os trens urbanos na Região Metropolitana.
Até a última atualização desta reportagem, oito pessoas haviam sido presas. A operação mobilizou 30 policiais da Delegacia de Capturas (DC-Polinter) e da Delegacia do Consumidor (Decon), que tentavam cumprir no total 15 mandados de prisão.
A Polícia Civil afirma que a organização criminosa inseria créditos falsos em Bilhetes Únicos e os oferecia nas roletas de diversas estações a um valor abaixo do de mercado. O Bilhete Único permite ao passageiro usar dois meios de transporte pagando menos — esse desconto é subsidiado pelo poder público, através dos impostos dos contribuintes.
Segundo o delegado Mauro César, diretor da Polinter, a quadrilha tinha três níveis hierárquicos. Os líderes eram responsáveis por trazer a tecnologia — programas ou softwares — que quebrava o código de segurança do Bilhete Único. Eles também inseriam os créditos fraudulentos nos passes; O segundo nível era o dos fornecedores dos cartões; O terceiro era o dos “cavalos” ou “batedores”, que ficavam do lado das catracas das estações da Supervia.
“A pessoa, em vez de entrar na fila para comprar o bilhete, dava o dinheiro aos “cavalos”, que passavam o cartão fraudado nos validadores”, explicou César. “Quando acabavam os créditos, eles desciam, procuravam os fornecedores — que não queriam se expor — e pegavam outros bilhetes”, emendou. Segundo o delegado, a quadrilha começou a agir também no metrô. Os investigados responderão na Justiça pelos crimes de integrar organização criminosa e estelionato.