Os artistas visuais Ricardo Siri e Deborah Engel, juntos há 27 anos, assinam uma exposição em conjunto pela primeira vez. Arapuca chega ao Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica no dia 8 de junho, colocando em evidência as intrincadas teias da vida cotidiana e da criatividade compartilhada. Com a curadoria de Marcello Dantas e inspiração na proposta artística dos penetráveis de Hélio Oiticica, as obras de até 5 metros convidam o público para integrar de modo ativo as arapucas dispostas pelo espaço. Entrada gratuita.
“Em uma arapuca, você tem que participar. Quando conheci a Deborah, não foram dois egos que se encontraram, foram duas pessoas que fizeram do encontro a construção de uma história. É essa construção que sustenta a nossa arapuca. Ela simboliza não apenas as armadilhas e desafios que a vida a dois pode apresentar, mas também a beleza das interconexões e do trabalho conjunto”, explica Siri sobre a relação entre casamento e o título da exposição. Juntos, eles abriram o ateliê “Duplex” em 2023, elegendo esta exposição como precursora da nova fase de criações.
Cada peça é uma metáfora visual do entrelaçamento da trajetória pessoal e artística de ambos, refletindo os momentos de captura e liberdade, de tensão e harmonia. Uma das obras tem como ponto de partida um espelho que reflete a imagem do espectador, propondo um diálogo interno e pessoal sobre os riscos do aprisionamento do ser pelo próprio ego humano. Outro destaque vai para a instalação de uma cama de casal no centro da arapuca com um vídeo de SIRI e Deborah projetado. O casal tem flores nas mãos e arrancam as pétalas em uma brincadeira de “bem me quer, mal me quer”.
“Colocamos uma nota do piano para tocar em sintonia com cada pétala que é arrancada, formando uma música. No final, há um reverse no vídeo, as pétalas voltam e uma nova música é formada”, explica Deborah Engel sobre a criação. “É uma referência sobre o ritmo da vida, sobre a dança do desejo e a arapuca da atração”, completa.