Um mercado promissor que está ganhando cada vez mais espaço entre os esportes favoritos de crianças e jovens. Inspirados em nomes da nova geração e vendo talentos como o de Leandrinho e Gui Santos protagonizando o cenário internacional, o basquetebol já é uma das modalidades mais acessadas por quem almeja dedicar-se a um esporte.
Mas, para que hoje este reconhecimento esteja sendo alcançado, uma centena de atletas vieram desbravando o caminho das quadras, na tentativa de popularizar o esporte que projetou Oscar, Rogério Klafke, Helio Rubens, entre outros, especialmente a partir da década de 90, quando Renan Ribeiro nasceu. Filho de atleta, Renan iniciou a prática do esporte em 2002. Como a maioria dos meninos, seu sonho inicial era o futebol, no entanto, a influência do pai, ídolo do Flamengo à época, foi redirecionando a trajetória do jovem.
“Eu queria jogar futebol e comecei a praticá-lo no Flamengo. Passei pelo Hebraica também, mas foi durante um período de férias que fui brincar de jogar basquetebol e nunca mais parei. Meu pai era atleta profissional e eu já vivia aquele ambiente, então, fui para uma escolinha onde o professor era o Israel. Ali eu comecei a me destacar, a competir, até que fui federado pelo clube, chamado Alfabarra. Em meu primeiro ano de competição, me destaquei e fiquei entre os 15 melhores do torneio, o que me levou ao Botafogo”, diz Renan.
Criado na Cruzada São Sebastião, comunidade da zona sul onde o basquetebol é um dos pilares por conta do projeto “Basquete Cruzada”, Renan passou pelo Tijuca Tênis Clube e por equipes de São Paulo até chegar a Criciúma (SC), momento em que decidiu fixar residência no sul. Com algumas decepções no esporte, interrompeu a carreira, sem abandonar o sonho de ver o basquetebol mais profissionalizado e oferecendo o suporte que, apesar de ser filho de atleta, não teve dentro das categorias de base.
“São poucas as equipes que se preocupam com esses meninos, oferecendo suporte para que eles realmente se transformem em atletas potentes, seguros e com resultados que os tornem profissionais eficientes. Estamos falando de investimento na base, com fisioterapeuta, alojamento, psicólogos, porque, muitos deles deixam sua família sem a maturidade necessária para enfrentar todos esses desafios e aí se frustram”, diz o empresário sócio da Link Gestão de Carreiras, que hoje administra a carreira de 36 atletas e 2 treinadores.
Vivendo em Joinville desde 2017, Renan investiu no objetivo de dar suporte aos jovens atletas no momento que considera crucial para o desenvolvimento profissional. De atleta modelo na cidade, para empresário, a transição veio se consolidando aos poucos.
“Cheguei em Joinville para jogar no Black Stars, após ter interrompido por um tempo a carreira. Paralelo à carreira, montei um projeto e passei a projetar a Link com esse objetivo, não somente de gerenciar a carreira do atleta, mas de dar a ele o suporte necessário para que ele se desenvolva e consiga avançar na carreira. A Link existe dentro desta filosofia, caminhar junto nesta preparação profissional e psicológica para que a caminhada, que não é fácil, seja de sucesso.”, diz.
Os caminhos foram árduos, tanto para o atleta, quanto para o empresário que chegou a fazer dupla jornada para conseguir se estabelecer na cidade. Casado e com uma filha, Renan também usou de suas experiências para transmitir mais segurança aos agenciados pela empresa.
“Quero que estes meninos não tenham que fazer como eu fiz, escolher entre o basquete e uma outra profissão mas, para isso, é necessário que haja investimento e suporte a estes atletas, e isto a gente vem conseguindo através dos parceiros. Tive momentos na vida em que eu trabalhava de dia e treinava à noite e, assim, é impossível você ter um atleta de bom rendimento porque ele não vai descansar, não vai se alimentar como deve. Somando-se a isso, temos a falta de direcionamento desses atletas, pois a carreira é relativamente curta e, no Brasil, os salários não são astronômicos, é necessário um bom gerenciamento, uma educação financeira. Quando a Link surgiu, ela reuniu tudo isso em um único pacote porque a gente não está aqui somente para colocar o atleta em um time, empregá-lo. Obviamente o nosso foco é ter retorno financeiro com ele, mas também é fazer a transformação social de um cidadão”, comenta.
Atualmente a Link gerencia a carreira de atletas de base, além de adultos, com jogadores em todo o país, alguns deles já conquistando o cenário internacional. Segundo Renan, a perspectiva é crescer em nível qualitativo, dando segurança aos atletas e criando uma relação de credibilidade com os clubes.
“A gente está querendo enxugar mais o nível de atletas para justamente aumentar a qualidade do cuidado e potencializar isso. Assim, a Link pode proporcionar para eles uma estrutura muito melhor. Hoje, dentro de nossa equipe, já contamos com profissionais como psicólogo, nutricionista, gestão financeira, assessoria, suplementação alimentar e, em breve, o ensino do inglês.”, diz o CEO.