Povo na Rua
         
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O advogado Ângelo Máximo, que representa o pai do pastor Anderson do Carmo, pediu à Justiça que os filhos da deputada Flordelis dos Santos de Souza fiquem em presídios diferentes. O pedido foi feito à juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, na última sexta-feira. Na petição, o advogado cita que já houve “tentativas de manipulação de provas, combinações de narrativas e dissimulações” no processo da morte do pastor.
Na última semana, três filhos da deputada foram presos, dois deles acusados de envolvimento no assassinato de Anderson e um na fraude de uma carta para tentar atrapalhar as investigações.

Na petição, o advogado afirma ter tomado conhecimento de que o trio está preso na mesma unidade prisional, Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó. Também está na mesma cadeia Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis que está preso desde a época do crime, acusado de ter atirado na vítima.

Na petição, o advogado cita que é “preocupante e estarrecedor” que os filhos de Flordelis estejam na mesma unidade prisional. “Devendo destacar, que se tratam de presos, integrantes da mesma família, que foram denunciados pela prática de crime gravíssimo, em que os olhos de toda sociedade estão voltados para esses autos, assim necessário assegurar a aplicação da lei processual penal”, escreveu Máximo.

Ângelo também informa à juíza que Flávio dos Santos nunca foi transferido para a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, unidade de segurança máxima. A ida de Flávio para a unidade foi determinada pela magistrada em dezembro do ano passado, após informações de que ele estava usando telefone celular dentro da cadeia para se comunicar com Flordelis. Máximo pede que Flávio seja transferido para Bangu 1.

Diante do pedido do advogado, a juíza determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) fosse oficiada para fornecer as informações necessárias. A pasta informou, em ofício enviado na noite dessa quarta-feira, que Flávio não passou por Bangu 1, conforme havia sido determinado.

A magistrada ainda decidirá sobre os pedidos do advogado, que é assistente de acusação no processo respondido por Flávio e Lucas. Ele já pediu habilitação para exercer a mesma função no processo no qual Flordelis e outros filhos são réus, mas a juíza também decidirá sobre essa solicitação.

Os dois primeiros filhos de Flordelis presos pela morte do pastor Anderson, Flávio dos Santos e Lucas dos Santos ficaram na mesma unidade prisional, Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, de setembro a outubro do ano passado. Nesse período, Lucas enviou uma carta para a deputada mudando sua versão do crime. A polícia concluiu que o rapaz recebeu a carta já pronta, dentro do presídio, para que apenas copiasse o texto.

Na correspondência, Lucas admitia que havia planejado a morte do pastor, inocentava Flávio e acusada outros dois irmãos que sequer eram investigados. Lucas acabou admitindo a fraude na confecção da carta e foi transferido para o presídio Tiago Telles, em São Gonçalo, onde está até hoje.