Em votação realizada ontem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter Wilson Witzel (PSC-RJ) afastado do cargo de governador do estado do Rio de Janeiro por 180 dias em razão de suspeitas de desvios na Saúde. Quatorze dos quinze ministros da Corte Especial haviam votado a favor da manutenção da determinação, enquanto um votou contra.
Como o quórum qualificado de dois terços foi atingido no décimo voto a favor do afastamento, Wilson Witzel se pronunciou em uma rede social antes mesmo do fim do julgamento. “Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas, reafirmo que jamais cometi atos ilícitos. Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo. Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor”, escreveu.
O governador foi afastado após o desdobramento da Operação Tris In Idem, que investiga irregularidades e desvios em recursos da saúde no estado do Rio de Janeiro. A delação do ex-secretário de saúde do estado, Edmar Santos, aponta que Wilson Witzel encabeçava uma organização criminosa que montou um esquema de fraudes.
A Procuradoria-Geral da República chegou a pedir a prisão do governador, mas a solicitação não foi atendido pelo Superior Tribunal de Justiça, que entende que o afastamento é suficiente para evitar as supostas ações do grupo criminoso.