Diana Pires
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, decidiu, na manhã de ontem, encaminhar à Corregedoria da Casa o processo de cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), que virou ré pelo homicídio de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. De acordo com a pasta, a representação foi feita pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) e foi encaminhada a Corregedoria.
Após o encaminhamento da representação, o corregedor, Paulo Bengtson (PTB-PA), notificará a deputada para apresentar a defesa por escrito. Depois disso, ela tem cinco dias úteis para se defender. A partir daí, Bengtson terá até 45 dias úteis para dizer à mesa se a denúncia tem ou não elementos que justifiquem a instauração de processo por quebra de decoro parlamentar. Somente se a mesa aceitar a denúncia é que o requerimento vira uma representação, quando então será encaminhada ao Conselho de Ética, que vai instaurar processo.
O Partido Social Democrático (PSD) suspendeu a filiação da deputada federal. De acordo com o presidente do partido, Gilberto Kassab, a sigla vai adotar medidas internas para expulsar a parlamentar de seus quadros. Flordelis foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), na primeira fase da investigação, Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da evangélica, foi identificado como executor do crime. Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal foi a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.
O advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis, afirmou não há elementos que sustentem a denúncia contra ela. Para ele, as mensagens encontradas pela polícia no celular da deputada não foram escritas por ela, mas sim por uma das filhas, que tinha acesso ao aparelho.