Caxias: As relações com Wilson Witzel e o coronelismo de Washigton Reis – Povo na Rua
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Caxias: As relações com Wilson Witzel e o coronelismo de Washigton Reis

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A delação do ex-secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, revelou a importância de Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias, para o esquema de corrupção encabeçado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça na última sexta-feira.

O inquérito do Ministério Público Federal aponta “proximidade muito forte” de Washington Reis e o grupo de Mário Peixoto, empresário que chefiava um dos núcleos da organização criminosa montada por Wilson Witzel. As investigações foram impulsionadas pela delação de Edmar Santos.

A delação aponta um acordo milionário envolvendo o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Witzel e Reis acordaram diretamente o repasse de R$ 100 milhões por meio de um sistema de transferências de fundo a fundo, ou seja, utilizando o fundo estadual e o fundo municipal de Saúde.

Em julho, uma reportagem do programa RJ2 mostrou que só em 2020 o fundo municipal de Saúde de Duque de Caxias recebeu mais de R$ 41 milhões do estado, relacionado a dívidas dos anos anteriores, valor superior ao repassado a municípios com populações maiores, como São Gonçalo e a própria capital.

Ainda de acordo com a delação de Edmar Santos, ele foi informado em novembro do ano passado por Edson Torres, operador financeiro do Pastor Everaldo, preso na Operação Tris In Idem na sexta-feira, de que deveriam ser repassados R$ 50 milhões ao município de Caxias a pedido do governador do estado em atenção a um acordo dele com o prefeito Washington Reis.

Segundo Santos em uma reunião realizada em dezembro Wilson Witzel pediu que os R$ 50 milhões restantes fossem repassados a Caxias. De acordo com o delator essa solicitação deixou claro que o governador sabia das ações de Edson Torres.

Coronelismo
A atuação de Washington Reis em Duque de Caxias lembra os tempos do coronelismo, já que o prefeito, que no início deste ano virou réu por corrupção passiva em ação por fraudes imobiliárias no município, costuma tomar terreno alheios e vender ou transformar em imóveis da prefeitura. Vale lembrar o caso do cemitério público de Caxias, cujo terreno seria de posse de um empresário, que tinha as certidões e a ficha cadastral do IPTU do imóvel.
No mês passado a prefeitura anunciou que construiria uma creche em um terreno tombado, mas desistiu frente à repercussão negativa.

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