Uma semana após a Prefeitura de Duque de Caxias assumir a administração do Hospital Adão Pereira Nunes, funcionários continuam com salários atrasados e denunciam a falta de transparência da nova gestão. De acordo com os profissionais, eles não têm informações sobre quando devem receber ou sequer sabem se vão realmente continuar trabalhando na unidade. Eles também reclamam da falta de insumos e equipamentos.
Em contrapartida, o prefeito Washington Reis ameaça demitir aqueles que denunciarem as condições do hospital.
Uma enfermeira que preferiu não se identificar, informou que alguns funcionários estão tendo dificuldades para alimentar a família devido ao atraso salarial.
“Eles não deram nem uma satisfação pra gente, tem gente que não está tendo o que comer dentro de casa. Esse prefeito quis pegar a gestão do hospital e não está tendo um pingo de respeito com os profissionais. Dois técnicos de enfermagem morreram de covid-19, nós estamos servindo e sequer ouvimos um obrigado”.
A mudança de escala também é motivo de queixas entre os profissionais. “Falaram que seríamos contratados, mas não sabemos se vamos receber décimo terceiro, vale-transporte, como vai ser o sistema de trabalho”, desabafou outra funcionária.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que o pagamento dos salários é responsabilidade do Iabas, organização social que administrava o hospital anteriormente. Por sua vez, a OS afirmou que “o IABAS demonstrará que não possui recursos suficientes para pagar salários e fornecedores para que, então, a Secretaria de Estado de Saúde faça os repasses à OS para quitar esses débitos”, e que isso teria sido acordado em uma reunião com a Fundação de Saúde.
Referente aos contratos dos funcionários, a SES garantiu que “para evitar a descontinuidade do serviço, foi celebrado um termo de cooperação técnica com a Prefeitura de Duque de Caxias. Uma mediação com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) está sendo buscada para que os trabalhadores da Saúde possam receber diretamente nas suas contas, visto que, em outras ocasiões, a SES repassou verba para organizações sociais para pagamento da folha de pessoal e o dinheiro foi utilizado para outros fins”.