Diana Pires
O Rio de Janeiro tem uma das piores estatísticas do mundo sobre os números de casos e mortes por covid-19. Levantamento do grupo Covid-19 Analytics, formado por especialistas da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que, se o Estado fosse um país, ficaria em segundo lugar no número de óbitos por milhão de habitantes. Estaria atrás apenas de San Marino, na Europa.
Para fazer essa comparação, os pesquisadores consideraram o mesmo dia epidemiológico, no caso, o de número 156. Calculando o número de mortes por milhão de habitantes, San Marino registra 1 237, seguido do Rio de Janeiro, com 884; da Bélgica, com 851; do Peru, com 808; e da Espanha, com 609.
Com 15.560 óbitos confirmados desde o início da pandemia, o Estado do Rio se equipara às regiões que foram mais duramente atingidas pela infecção, como a Lombardia, na Itália, que registrou 16.857 mortes. Nova Jersey, nos Estados Unidos, tem 15 953 mortes e, Nova York, 32.891.
Uma tendência de estabilização e até mesmo de queda nos números de casos e óbitos era sentida logo no começo do mês de agosto. Mas a situação mudou. A média móvel (soma semanal dos pacientes, dividida por sete e atualizada diariamente,) de infectados pelo vírus aumenta há nove dias consecutivos. Na capital, onde a tendência de elevação começou um pouco antes, a média saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto, um aumento de 116%.
O número de óbitos está registrando aumento há seis dias seguidos. Na última terça-feira, a média móvel registrada era de 119 óbitos por dia, um aumento de 89% em relação a duas semanas antes. Na última semana o índice de transmissão do vírus na cidade do Rio aumentou. O “R”, como é chamado pelo especialistas, passou de 1,14 para 1,18. Ou seja, 100 pessoas infectadas podem contaminar outras 118.